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Oficina do Gif

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Sua cabeça esta pronta para a redução de Estomago?


“A cirurgia de redução de estômago não vai mudar a sua vida”, diz o cirurgião americano Garth Davis, do Hospital Metodista em Houston, no Texas. “Mas se você quer mudar a sua vida, a cirurgia pode ajudá-lo”. 

Davis lançou  um guia bastante didático para pessoas que pretendem passar pela cirurgia. Em inglês, o nome do livro é The Expert´s Guide to Weight-Loss Surgery (Hudson Street Press). Alguns alertas importantes reunidos no livro: 

1) Não será fácil 
É muito tentador achar que a cirurgia será uma cura mágica. Na verdade, o sucesso depende de muita determinação do paciente para seguir as recomendações alimentares e se adaptar aos novos hábitos 

2) Os resultados não serão imediatos 
Em geral, só depois de um ano e meio o paciente alcança o peso esperado após a cirurgia mais utilizada para redução de peso (chamada de derivação gástrica ou bypass grástico) 

3) A cirurgia não vai mudar sua relação com a comida 
A operação é apenas uma ferramenta. Com um estômago menor e menos fome, o paciente pode aprender a lidar melhor com seus sentimentos em relação à comida. Quem tem compulsão alimentar não deixará de tê-la simplesmente porque seu estômago foi reduzido. 

É fundamental diagnosticar o problema antes da cirurgia e tratá-la com acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Sem esse cuidado, é quase certo que a pessoa enfrentará graves consequências: depressão ou transferência da compulsão alimentar para outro tipo de comportamento compulsivo: compras, sexo, drogas, álcool. 

4) Você não vai virar uma supermodelo Os corpos perfeitos enaltecidos pela mídia colocam uma enorme pressão sobre as pessoas comuns que, por mais que tentem, nunca chegarão perto desse padrão inatingível. Mesmo depois de uma perda de peso importante produzida pela cirurgia, você poderá continuar desapontada se tiver a intenção de conquistar um corpo perfeito.


Para tentar entender algumas dessas questões, A Revista Época procurou a psicóloga Aída Marcondes Franques, do Instituto Garrido de Cirurgia da Obesidade, em São Paulo. Além de conhecimento teórico, Aída tem uma grande experiência prática no atendimento de pessoas submetidas à redução de estômago. Desde 1996, Aída acompanha esses pacientes.    
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ÉPOCA: Segundo a Sociedade Americana de Cirurgia Metabólica e Bariátrica, 30% dos pacientes que procuram a cirurgia tem compulsão alimentar. Você observa o mesmo no consultório? Aída Marcondes Franques: O transtorno de compulsão alimentar periódica, também chamado de “binge eating”, é caracterizado por episódios de consumo de grandes quantidades de comida em curtos intervalos de tempo. A pessoa perde o controle sobre seu comportamento alimentar. Em seguida, sente culpa, desprezo por si mesma ou remorso.

ÉPOCA: O que provoca isso?
Aída:
 Não se sabe ainda se essa é uma nova doença alimentar emocional ou apenas um sintoma que pode estar associado a algum outro transtorno alimentar. Ou a outras patologias emocionais, como depressão atípica, ansiedade, transtorno do controle dos impulsos ou algum dos transtornos do espectro impulsivo-compulsivo. Na nossa prática, (e inúmeros trabalhos científicos comprovam) observamos que 50% dos pacientes candidatos à cirurgia bariátrica apresentam o transtorno do comer compulsivo. É importante destacar que, diferentemente do que muitos imaginam, nem todo obeso é um comedor compulsivo. Mas todo comedor compulsivo é obeso.

ÉPOCA: O paciente que tem compulsão alimentar pode ser operado?
Aída: 
Sim. Ser um comedor compulsivo não impede um paciente obeso de se submeter à redução de estômago. Contudo ele deverá ser bem orientado e estar consciente de que precisará de maiores cuidados e acompanhamento psicológico adequado. Algumas vezes é preciso usar medicamentos psiquiátricos. O paciente estava acostumado a ingerir uma grande quantidade de comida. De repente não consegue mais fazer isso porque o novo estômago é muito pequeno. Alguns pacientes começam a ingerir pequenas porições, inúmeras vezes ao dia. O tratamento é importante para evitar que essa transformação ocorra.

ÉPOCA: Muitos obesos são extremamente simpáticos, vivem cercados de amigos e inventam inúmeros eventos sociais em torno da mesa. As reuniões frequentes costumam ser um pretexto para comer. O que acontece com as pessoas que têm esse comportamento e são operadas?
Aída:
 Esse é um dos aspectos trabalhados no preparo psicológico pré-operatório. Normalmente, se a opção pela cirurgia foi uma decisão própria, se a pessoa está bem motivada, informada e devidamente preparada, é difícil que entre “em crise” por não comer tanto quanto antes. Afinal a cirurgia foi procurada justamente para exercer a função de limitar a ingestão alimentar. Além disso, a grande vantagem que a cirurgia oferece é que a pessoa comerá pouco e se sentirá saciada, satisfeita. Detalhe: os operados não comem tão pouco como a maioria das pessoas imagina, mas passam a comer muito menos do que comiam antes. Dois pedaços de pizza, por exemplo.

ÉPOCA: Muitos obesos passam a maior parte da vida sendo ridicularizados e discriminados. Que marcas essa experiência acarreta?
Aída:
 O sofrimento pelo qual as pessoas obesas passam é muito grande. Principalmente aqueles que desenvolveram a obesidade desde a infância ou adolescência. No mundo de hoje, tão voltado a padrões rígidos de beleza, onde o corpo magro e esbelto é super valorizado, ser obeso é estar à parte, exposto a julgamentos sociais negativos. Isso é ainda mais forte nas mulheres. O preconceito social sofrido pelo obeso, os atributos negativos a ele atribuídos, podem ser internalizados e se transformarem em fatores desencadeantes de problemas emocionais.

ÉPOCA: Mesmo depois de operadas essas pessoas vão continuar carregando esses traumas?
Aída:
 Não diria que para sempre essas pessoas levarão esses “traumas”. Todas essas questões poderão ser elaboradas e não mais significarem motivo de sofrimento. Mas deixam marcas. Afinal, elas aconteceram.

ÉPOCA: Quem passa pela cirurgia corre o risco de ter uma crise emocional ou um episódio psiquiátrico depois da cirurgia?
Aída:
 Não é frequente o aparecimento de sintomas psiquiátricos no pós-operatório. Em geral, eles são observados antes da cirurgia. Uma pessoa que teve episódios depressivos antes da cirurgia poderá apresentá-los novamente depois da cirurgia. Para que um episódio psiquiátrico aconteça, a predisposição da pessoa tem que estar presente.

ÉPOCA: Qual é a parcela dos pacientes que sofrem de crise de identidade depois da cirurgia? É comum encontrar pacientes que não se reconhecem no próprio corpo?
Aída:
 Pode acontecer “crise de identidade”, mas não é comum. O paciente operado que continua sendo acompanhado pela equipe multiprofissional (conforme indicação feita no pré-operatório) adapta-se com mais facilidade e evita complicações desse tipo. O transtorno de imagem corporal, muito presente no paciente obeso, deve ser tratado pelo psicólogo desde o pré e principalmente no pós-operatório. Sem esse acompanhamento, o paciente emagrecido pode não se ver magro e continuar na busca incessante de um emagrecimento que já aconteceu. Acaba se tornando magro demais e pode adoecer.


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